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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Paradoxo do aborto

Panorama político do aborto
A legalização do aborto é frequentemente debatida na mídia brasileira. Atualmente, interromper uma gravidez é atentar contra a vida segundo o Código Penal Brasileiro, e a prática de tal ato pode acarretar de um a dez anos de prisão. Entretanto, o aborto nem sempre é qualificado como um crime, sendo até mesmo permitido pela justiça brasileira quando a vida da mãe se encontra em perigo ou quando a gravidez é fruto de um abuso sexual. Recentemente, o aborto de fetos anencéfalos também ganhou aprovação no Supremo Tribunal Federal (STF). A questão é delicada e complexa, devendo ser analisada sob diversos aspectos. O conceito de um Estado laico cai por terra quando o tema do aborto entra em cena. Para uma nação que deveria se autogovernar sem incentivos religiosos, o Brasil permite que a opinião da Igreja prevaleça em assuntos que não lhe desrespeitam. Influenciada pelo pragmatismo religioso, é natural que a população enxergue o aborto como um ato imperdoável. De fato, aceitar que milhares de mulheres interrompem suas gestações todos os dias é uma questão difícil de ser compreendida.


                                                Algumas opiniões
“É necessário lembrar que o aborto está se tornando uma questão de saúde pública. A quantidade de mulheres que morrem ao utilizarem métodos duvidosos é enorme. Uma vez que o aborto seja legalizado, clínicas especializadas poderão realizar o procedimento sem que o mesmo represente um perigo para a vida da gestante. É certo que a grande maioria é a favor da vida e totalmente contra o ato de impedir que um bebê possa dar continuidade a sua. Outra parte, relativamente menor, considera o aborto uma questão de ordem pessoal e argumenta que a mulher deve ter o direito de escolher seu próprio futuro, no qual o governo não deveria interferir. Por fim, deve-se tentar evitar julgamentos premeditados. Seja qual for o futuro da Constituição brasileira em relação a tal tema, é sempre importante lembrar que é melhor prevenir, utilizando métodos contraceptivos e preservativos, do que remediar, ao ter de tomar um rumo tão agressivo e triste para mãe e bebê”. (Grupo Fulanas)

“Tratar sobre esse frágil assunto sempre gera muita polêmica, mas é importante também levar em conta de que estamos nos tratando de futuras vidas que virão para o mundo e que não podem correr o risco de serem abandonadas ou mal-tratadas pelos seus pais que não tiveram a oportunidade de lhes oferecer uma boa qualidade de vida. Não podemos punir um pai ou uma mãe por não ter se prevenido adequadamente dando-lhes uma criança para serem responsáveis pela sua educação, comportamento e integridade, pois é uma responsabilidade muito grande e essencial para qualquer pessoa e seu papel deve ser devidamente cumprido. Se o aborto fosse permitido, menos mulheres iriam correr risco de vida tentando abortar clandestinamente, menos jovens iriam entrar para o mundo do crime por não terem a educação adequada, e assim mais paz e famílias satisfeitas iriam existir. Obviamente, nenhuma mulher se sente confortável abortando seu filho, mas em certos casos quando a família não pode criar uma criança, é necessário infelizmente e desse modo pode conscientizar ainda mais as mulheres que passam por essa experiência a tomar as devidas prevenções para que não ocorra uma gravidez indesejada novamente”. (Grupo William Bonner)


"Mesmo que a questão do aborto seja mais do que delicada e polêmica, este há de ser legalizado para o bem das mulheres brasileiras. Atualmente, todas as mulheres que praticaram aborto, o fazem de forma indevida em clínicas clandestinas se nenhuma higiene. Se o aborto fosse permitido, essas mulheres não correriam tanto risco como se corre nessas clínicas. Sendo do jeito que isso é hoje, muitos recém-nascidos são jogados nas ruas muitas vezes porque a mãe não tem condições de cuidar desse filho. Já aquelas mães com bom senso que colocam o filho no orfanato, além de requerer um preparo psicológico (que muitas pessoas não têm), podem estar criando pequenos marginais e futuros ladrões, pois apenas uma mínima parcela de crianças é realmente adotada. E aquele grupo de pessoas que acredita no direito à vida, não se sabe exatamente quando se tem realmente um ser vivo já formado. Portanto o aborto se for legalizado, além de ser uma grande ajuda para casos de gravidez indesejada ou sem condições de criação, não seria obrigatório fazê-lo, faz apenas aqueles que precisarem ou quiserem”. (Grupo Y)

“A legalização do aborto é algo que deve acontecer. Além da mulher ter o direito a decisão do que fazer com seu corpo, a maternidade não desejada é fonte de problemas futuros para a mulher, para o casal, para as famílias e, sobretudo, para as crianças delas nascidas. Com a legalização, muitas coisas mudariam, como crianças jogadas no lixo, o que achamos extremamente cruel.
Proibir não elimina o recurso ao aborto. Quando as mulheres sentem que ele é necessário fazem-no, mesmo que não seja em segurança, tanto é que aborto é a 3º maior causa de morte no país, em geral, abortos clandestinos. O acesso ao aborto legal, permite a mulher ter segurança/higiene na hora do ato. Muitos dizem que a mulher esta matando uma vida, porém, definir um feto (um embrião ou mesmo um ovo) como uma "pessoa", com direitos iguais ou mesmo superiores aos de uma mulher - uma pessoa que pensa, sente e tem consciência - é um absurdo. Religiões e outras formas de pensamento são contra essa atitude. A igreja tem poder no governo brasileiro, supostamente laico, e em muitas leis, principalmente a do aborto, o que está atrasando o modelo de sociedade moderna e livre que hoje vivemos. Muito fácil perceber tal influencia também apenas olhando o numero de feriados em nosso calendário por motivos religiosos. Cabe à mulher decidir se quer levar uma gravidez a cabo e ainda se esta preparada para ser mãe, e não ao governo/igreja,  ao governo proporcionar condições em que a gravidez não ocorra quando não planejada, através de educação sexual, planejamento familiar e também proporcionar segurança para as mulheres e reprimir a violência contra as mulheres, para que não ocorram estupros e gravidez decorrente de estupros. Cabe ao governo garantir acesso à saúde para a mulher nos casos extremos. Porém a mulher deve ter consciência também e se prevenir, se não deseja  ter um filho, pois sem isso, ficaria muito fácil: toda mulher que não desejasse tiraria seu filho, mesmo engravidando 4 vezes. Portanto, consciência e segurança durante o sexo, são essenciais para evitar uma gravidez indesejada. O primeiro direito de uma criança é ser desejada”.  (Grupo Catatau)

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