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segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Batismo de Sangue
A obra cinematográfica "Batismo de Sangue" retrata a realidade no Brasil, durante o período da ditadura, a qual durou de 1964 a 1985. A opressão, a falta da liberdade de expressão, a punição a quem se opunha as ideias do governo, são visivelmente destacadas.
A produção é baseada no livro de memórias homônimo escrito por Frei Betto, que ganhou em 1985 o Jabuti, principal prêmio literário do Brasil. O filme, aclamado pela crítica, é fiel ao texto ao retratar as seqüelas físicas e psicológicas deixadas nas vítimas de policiais e militares torturadores.
A historia deixa bem clara a diferença entre os partidos de esquerda e de direita, e a violência que eram tratados os opositores de Arthur da Costa e Silva, ditador na época em que se passa o filme, deixando assim o país em tempos escuros, de trevas. Podemos observar opositores sendo presos e torturados até a morte, e isso nos leva a perguntar: será que tudo isso foi necessário?
Um ponto que merece destaque do filme é o fato de ser dirigido por Helvécio Ratton, que viveu esse período da historia de nosso país, o que confirma a veracidade dos fatos apresentados. Essa ultima, muito violenta, nos faz pensar a respeito do que foi viver aquela época, da crueldade e do que o ser humano é realmente capaz quando está no poder e não quer perde-lo. Dessa maneira, Batismo de Sangue é um filme indispensável à aqueles que querem estar por dentro da parte sombria do nosso país. Se hoje temos uma democracia, devemos muito à esses jovens que lutaram, com muito sofrimento, contra a ditadura. Qualquer regime político, por pior que seja, está longe da crueldade que o Brasil vivenciou em tal período.
Também na época da ditadura militar brasileira muitas instituições foram reprimidas e fechadas, seus dirigentes presos e enquadrados, suas famílias vigiadas. Na mesma época se formou dentro do governo um grupo que depois seria chamado de comunidade de informações. As greves de trabalhadores e estudantes foram proibidas e passaram a ser consideradas crime; os sindicatos sofreram intervenção federal, os líderes sindicais que se mostravam contrários eram enquadrados na Lei de Segurança Nacional como subversivos. Muitos cidadãos que se manifestaram contrários ao novo regime foram indiciados em Inquéritos Policiais Militares (IPM). Aqueles cujo inquérito concluísse culpados, eram presos. Políticos de oposição tiveram seus mandatos cassados, suas famílias postas sob vigilância. Muitos foram processados e expulsos do Brasil e tiveram seus bens indisponíveis.
A população era massificada pela propaganda institucional e pela propaganda nos meios de comunicação, que ou eram amordaçados pela censura ou patrocinavam a ditadura com programas de televisão muito bem elaborados. A censura aos meios de comunicação era proibia toda e qualquer exibição em território nacional de filmes, reportagens, fotos, transmissão de rádio e televisão, que mostrassem tumultos em que se envolvessem estudantes. As apresentações na televisão exibiam um certificado contendo os dados da empresa de comunicações responsável rubricado pelos censores de plantão.
A ditadura restringiu o exercício da cidadania e reprimiu com violência todos os movimentos de oposição. No que se refere à economia, o governo colocou em prática um projeto desenvolvimentista que produziu resultados bastante contraditórios, tendo em vista que o país ingressou numa fase de industrialização e crescimento econômico acelerados, sem beneficiar, porém, a maioria da população, em particular a classe trabalhadora.
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