O estado atual
do continente africano é resultado de uma série de explorações, conflitos e enclaves
territoriais que ocorreram nos séculos passados. Anteriormente às disputas
entre as potencias mundiais pelo território, a África tinha um modelo político
único, exclusivamente seu, que mantinha a paz entre os povos. Os conflitos eram
simbólicos, ou seja, tinham um significado por trás de cada um deles, não havia
matança sem motivo algum; o poder era hereditário (passado de pai para filho) e
as fronteiras eram flexíveis. No século XV, quando começou o período das
Grandes Navegações, Portugal e Espanha saíram em busca de novas terras, para
assim, ter acesso a novas mercadorias e especiarias. Esses dois países chegaram
à África e colonizaram o litoral. Foi o primeiro contato do continente africano
com os povos europeus e a chegada desses, teve como consequência o aumento da
escravidão, devido ao fato de que logo após a colonização começou a haver o
tráfico negreiro. Portanto, Portugal e Espanha implantaram um elemento europeu
no meio da população: o lucro. Conforme novos países foram ascendendo no
cenário mundial, a corrida pelo domínio de territórios foi se tornando mais
acirrada, fazendo com que a colonização avançasse continente adentro.
No século XVIII na Europa as
potencias europeias estavam tendo de lidar com impasses no avanço do
capitalismo monopolista, pois a matéria prima estava escassa, o mercado consumidor
saturado e a mão de obra europeia extremamente cara, portanto chegou a hora de
buscar esses três elementos em outro lugar. O primeiro país a invadir a África,
após Portugal e Espanha, foi a França, que impôs sua politica imperialista na
Argélia, explorando demasiadamente o território. Essa exploração se estendeu e
os franceses continuaram prosseguindo com sua conquista. Depois da França, os
países que entraram na disputa foram a Inglaterra e a Alemanha que competiam
pela região do Marrocos, uma área estratégica com passagem do Mar Mediterrâneo
para o Oceano Atlântico (Estreito de Gibaltrar). Como não houve acordo,
Marrocos passou a ser explorado por TODAS essas potencias. Inglaterra se
interessou pela região do Egito, com passagem para o Oriente Médio (Ásia),
Península do Sinai e Rio Nilo (acesso a todos os lugares da África) e então,
apoiado pela França, começou a sua dominação. A entrada desses vários países no
continente africano causou o rompimento das fronteiras entre os povos e a
criação de fronteiras estipuladas pelos europeus, gerando enclaves
territoriais, ou seja, povos inimigos agora estavam juntos numa mesma região, o
que aumentou os conflitos e contribuiu ainda mais para a devastação do
continente africano. A tensão e a disputa entre as potencias europeias foi
aumentando tanto que eclodiu na 1ª Guerra Mundial.
Após a 2ª Guerra Mundial, havia uma
politica nacionalista estabelecida na África e nasceram então os países
capitalistas e socialistas, gerando a Guerra Fria. Atualmente, nesta fase onde
o neoliberalismo está vigorando, a África está completamente devastada e
esgotada devido às explorações no período imperialista. A maior parte não
alcançou o desenvolvimento e ainda é são subordinadas por potencias mundiais, o
que faz com que haja uma profunda crise no continente africano. Além das
sequelas econômicas e politicas, também a população sofre por conta das
condições miseráveis e atrasadas em que vivem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário